Recebi por esses dias da MY DARKEST DESIRES RECORDS um álbum que nunca imaginei que veria lançado em uma versão nacional. Não há dúvida que “The Ending Quest” do atemporal GOREMENT é um dos grandes álbuns do death metal na primeira metade dos anos 90. Tendo sido formada em 1989 com um tenebroso outro nome, a banda começou a ser mais conhecida quando lançou suas demo tapes “Human Relic” e “Obsequies”. Era um período mágico para o metal da morte ao redor do mundo e inúmeros materiais que se tornariam referência do estilo estavam sendo lançados.
Apesar da qualidade de suas demo tapes, o GOREMENT realmente deu o passo que faltava para gravar seu nome no estilo com o lançamento dessa obra-prima do obscuro death metal. “The Ending Quest” trazia em sua essência a sonoridade do death metal sueco, principalmente na distorção clássica daquele país, mas musicalmente o GOREMENT nunca foi uma clássica banda de death metal sueco, já que a qualidade de suas composições aproximavam a banda muito mais do que era feito na vizinha Finlândia do que em seu próprio quintal. Dito isso, fica fácil estabelecer parâmetros de entendimento do que “The Ending Quest” era para aquele momento. Um death metal sólido, com riffs e bases cheios de sentimento, algumas partes rápidas (mas não muito) e muito peso que criava a atmosfera perfeita para o poderoso vocal de Jimmy Karlsson. A execução de cada música desse álbum é perfeita, pura alquimia de jovens músicos que estavam tateando e experimentando dentro de um estilo conhecido por sua brutalidade.
O ambiente criado era sempre obscuro, algumas vezes quase depressivo, mas nunca entediante. Isso nunca. “My Ending Quest” abria o portal para experiências em que sua percepção seria constantemente desafiada a entender a densidade emanada de cada nota. Era a forma perfeita de abrir um álbum como esse. “Vale of Tears” traz mais agressividade, mas nunca se distanciando muito do abismo melancólico criado pelas guitarras de Patrik Fernlund e Daniel Eriksson. Acredito que a terceira música “Human Relic” é a obra-prima da criação do GOREMENT. Ela traduz em riffs toda uma época, uma sonoridade que foi se moldando desde os primeiros ensaios desses caras. Definitivamente é a minha música preferida ao lado de “Lost Breed”, uma faixa com uma alma negra.
“The Memorial” é outra faixa que se destaca com o climão criado. Uma outra faixa que se coloca entre as melhores do álbum é “Sea of Silence” que tem uma atmosfera muito próxima do que o PARADISE LOST fazia. Lento, pesado e muito denso. Uma composição incrível. A influência do metal da morte finlandês vem muito clara na incrível “Obsequies of Mankind”. “Darkness of the Dead” e “Into Shadows” fechavam um álbum que estava fadado a ser colocado no rol dos clássicos materiais criados em uma época de criações atemporais.
O trabalho feito pelo Leo Xavier da My Darkest Desire nesse relançamento merece todos os elogios, pois além de deixar um clássico ao alcance do público brasileiro, o fez com uma qualidade irrepreensível. A parte gráfica é perfeita, assim como toda a embalagem desse “The Ending Quest” nacional. O selo já anunciou mais alguns relançamentos de peso para os próximos meses. Preparem suas almas para o melhor do underground mundial.
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