LINEUP
CATHEXIS (Austin/TX – EUA)
FLESH HOARDER (San Antonio/TX – EUA)
SPLATTERED (Freemont/CA – EUA)
SKELETAL REMAINS (Witthier/CA – EUA)
VITRIOL (Portland/OR – EUA)
DEFEATED SANITY (Berlin – Alemanha)
Data: 01/03/2022
Local: Come and Take It Live – Austin/TX – EUA
Horário de abertura da Casa: 18:00 Horas (Primeiro Show às 18:30hs)
Adquiri o Ingresso para o show da turnê do DEFEATED SANITY com antecedência de um mês, valendo uns US$ 20.00 já com a taxa de conveniência (mais ou menos R$ 100,00 pela cotação atual do dólar norte-americano).
A exemplo do show de sábado do IMMOLATION, este também foi organizado no “Come And Take It Live”, em Austin/TX. Ótimo, já que a experiência do último sábado foi excelente. Cheguei um pouco antes das 17:00 pra estacionar e tomar a primeira cerveja do dia na loja de conveniência do posto vizinho à casa (bem gelada e com preço camarada).
Considerando ser uma terça-feira normal de trabalho, pensei que a casa ficaria vazia. Mas a fila começou a se formar, faltando meia hora para a abertura das portas. Dessa vez, teríamos pela frente seis bandas, portanto a organização programou iniciar as apresentações às 18:30, evitando que terminasse muito tarde.
Mais uma vez, fui primeiro à área do Merchandising, onde as bandas vendiam seus itens. Comprei CDs das bandas, algumas camisetas e um moletom com capuz foda do DEFEATED SANITY, vendido pessoalmente pelos integrantes. Aproveitei pra bater um papo rápido e animado com os caras, receptivos e extremamente felizes por poderem voltar aos palcos e à estrada. Essa turnê estava prometida e agendada para dois anos atrás.
Compras devidamente guardadas no carro, de volta à casa e parada obrigatória no bar para uma “Dos Equis”. Um som infernal começou a rolar nos falantes, era o pessoal do CATHEXIS ajustando instrumentos e volume. A banda fundada em 2011 é de Austin/TX e lançou, no ano passado, o ótimo “Untethered Abyss”, seu terceiro álbum de estúdio. Um Technical Death Metal soberbo, intricado e cativante emanava das caixas. O set curtinho, de apenas 20 minutos, foi centrado no novo álbum, causando ótima impressão no público ainda tímido que estava presente. Destaque para os guitarristas “Sam Kang” e “Chris Hillam”, ambos afiados e criativos.
Muito rapidamente, as bandas e pessoal de apoio providenciaram a troca de equipamentos para a entrada do FLESH HOARDER.
Esses caras são de San Antonio, outra das principais cidades do Texas, distante mais ou menos 150 km de Austin. A banda também é de 2011, e lançou no ano passado o segundo álbum “Relic of Putrescent Filth”. O som é um Brutal Death Metal insano, mais cru e direto, menos técnico, mas pesadíssimo e totalmente voltado ao horror “gore”. Mais um set curto, dividido por igual entre o material dos dois discos de estúdio. Ótima banda, podreira de primeira linha.
O orçamento da noite já estava estourado, então as cervejas seguintes foram as mais baratas possíveis (mas honestas). Dessa vez trocando ideia com os caras do CATHEXIS e do DEATH FILE RED, que abriram no sábado para o IMMOLATION e foram prestigiar o evento.
Por volta das 20:00 horas começou o show do SPLATTERED. Quase caí de cima do banco onde eu me sentava, junto ao balcão do bar. Fui conferir o Brutal Death Metal dos caras. A banda californiana também é experiente (2012), e o seu som é bem técnico. O disco mais recente é o “Carnivortex” de 2019, um puta álbum por sinal. A cada música, fui ficando mais impressionado com a performance, principalmente do guitarrista “Justin Sakogawa” (pois bem, guarde esse nome). Senhoras e senhores, que banda foda.
Eu imaginava que na sequência, teríamos o VITRIOL. Mas subiram ao palco os californianos do SKELETAL REMAINS, banda de Death Metal Old School bem conhecida do público brasileiro, com lançamentos nacionais recentes. Os quarenta minutos dos caras foram muitíssimo bem aproveitados, despejando sons principalmente do álbum “The Entombment of Chaos”, de 2020, como a intro “Cosmic Chasm”, “Illusive Divinity” (a camiseta com esse tema ficou um arregaço), “Tombs Of Chaos” e “Congregation of Flesh”. Deu tempo de visitar sons dos demais álbuns também, como “Traumatic Existence”, “Beyond Cremation” e “Devouring Mortality”. Um puta set de respeito, àquela altura com a casa cheia e pulsante.
Após breve intervalo, foi vez do VITRIOL trazer aos presentes um pouco do seu Death Metal pútrido, odioso, esporrento, perturbador e técnico, do tipo que cria uma parede de som impenetrável e incômoda. Chega a ser difícil descrever precisamente o que eles conjuram, e proporcionam. Ouça o álbum “To Bathe From the Throat of Cowardice”, de 2019 e tire as suas próprias conclusões. Ao final do set, ficou a sensação de ter sido atropelado e desmembrado por um trem em alta velocidade. Almas e ouvidos sensíveis, mantenham distância.
O orçamento limitado e o desejo de apreciar o show do DEFEATED SANITY com total lucidez e, de preferência, colado na grade, me mantiveram sóbrio e esperto nos momentos seguintes. Parte do público deixou a pista para tomar uma (ou correr aos banheiros), aproveitei a deixa para me posicionar junto ao palco.
Aproximadamente às 22:10 a entidade alemã liderada pelo fundador “Lille Gruber” (bateria), acompanhado de “Jacob Schmidt” (Baixo), e dos americanos “Josh Welshman” (Vocais) e “Justin Sakogawa” (Guitarras – sim, o cara do SPLATTERED) iniciaram uma jornada surreal, intensa e inesquecível de uma hora e dez minutos do mais puro Technical Brutal Death Metal.
A abertura foi com a dupla “Phytodigestion” e “Imposed Corporeal Inhabitation”, ambas do disco mais recente “The Sanguinary Impetus”, de 2020. Os níveis de técnica, precisão e brutalidade extrapolam qualquer parâmetro, deixando o público de boca aberta. Incluindo os integrantes das demais bandas, que assistiam igualmente atônitos.
Na sequência tivemos “Lusting for Transcendence”, do “Passages into Deformity” de 2013. O novo álbum voltou aos holofotes com as matadoras “Entity Dissolving Entity” e “Insecta Incendium”.
O álbum “Psalms of the Moribund”, de 2007, foi representado pela “Butchered Identity”. Voltamos ao trabalho mais recente com “Arboreously Transfixed” e “Propelled into Sacrilege”. O meu disco preferido da banda, “Chapters of Repugnance”, de 2010, não poderia ficar de fora, e a escolhida foi “Salacious Affinity”. Eu estava bem abaixo do baixista “Jacob Schmidt”, e foi um prazer testemunhar ao vivo o domínio que o cara tem do seu baixo.
Finalizando o set, a banda disparou “Engulfed in Excruciation”, também do celebrado “Chapters” e, fechando a noite, a dupla “Into the Soil” e “Consuming Grief”, ambos do “Disposal of the Dead” de 2016.
Noite de sonho para os fãs de Death Metal, em especial das suas variações mais brutais e ultra técnicas. Eram 23:20 quando o set terminou, ainda deu tempo para uma saideira e um papo final com a galera no fumódromo, com ouvidos zunindo, clima ameno e uma fome miserável.
Na volta, salvou a pele um drive-thru da rede “In-n-Out”, com o seu hambúrguer bem básico, baratinho (pro padrão local) e delicioso. Jogo ganho.
Setlist:
– Phytodigestion
– Imposed Corporeal Inhabitation
– Lusting for Transcendence
– Entity Dissolving Entity
– Insecta Incendium
– Butchered Identity
– Arboreously Transfixed
– Propelled Into Sacrilege
– Salacious Affinity
– Engulfed in Excruciation
– Into the Soil
– Consuming Grief