DATA DE LANÇAMENTO / RELEASE DATE: 13/05/2022
Quando se fala em Black Metal Português de vanguarda e qualidade superior, é impossível não mencionar a dupla CORPUS CHRISTII. “Nocturnus Horrendus” e “J. Goat” são lendas da cena ibérica, reconhecidos e respeitados pelos diversos projetos bem-sucedidos dos quais participam, além da banda ora analisada. São exemplos: MORTE INCANDESCENTE, FILLI NIGRANTIUM INFERNALIUM e NOX INFERI.
“The Bitter End of Old” é o nono álbum de estúdio da entidade, o qual será lançado em 13/05 pelo selo belga “Immortal Frost Productions” digitalmente, em CDs e discos de vinil.
O artista sérvio “Oppostition Artworks” criou a perturbadora ilustração da arte de capa, repleta de simbologia ligada ao ocultismo e, mais especificamente, ao satanismo. Uma das capas mais legais deste ano, até aqui.
O Black Metal ortodoxo do CORPUS CHRISTII permanece intacto no novo Opus. A intro “Amargura” cumpre seu papel, criando a ambientação tenebrosa à base de guitarras e sutis efeitos sonoros ao fundo.
“The Predominance” é a primeira manifestação, de que, de fato, a dupla não renuncia à sua tradicional doutrina, carregada de misantropia, negatividade e trevas permanentes. Composta com ritmo intenso, ar ritualístico, vocais macabros e teatrais em certos segmentos (com ótimo efeito), riffs dissonantes, percussão marcante e som de baixo destacado.
“Unearthly Forgotten Memory” foi o primeiro single divulgado. Soa ainda mais saturada de ódio e malícia, e suas levadas são extremamente viciantes. “Fragmented Chaos Disharmony” também já está liberada para streaming. Começa a rolar na sequência, e a este ponto eu faço uma pausa para reflexão…que facilidade esses caras têm em criar riffs e levadas empolgantes. Que som foda, e que puta trampo de produção.
“From Here to Nothing” tem abertura impactante, é direta, veloz e intensa. Há momentos de vocais menos extremos (e até limpos), e espaço para uma seção atmosférica. Nada que suavize a insanidade da faixa, mas eu prefiro a hostil sucessora “Behind the Shadow”, ameaçadora e de atmosfera rude, com suas linhas de bateria e baixo memoráveis.
“To the End, to the Void” acabou de ser liberada para streaming. Certamente, o assalto mais caótico, brutal e nefando da obra, remetendo nos momentos mais acelerados a nomes como 1349, ANTAEUS e MARDUK. Pancadaria desenfreada. “For I am All” abre com riffs imensos, bem trabalhados ao longo da faixa. Ganha boas (e algumas inesperadas) variações rítmicas, leads de guitarra interessantes e vocais angustiantes.
“Heinous” marcha em seu início de forma bastante peculiar e inusual, mas engrena antes de completar o primeiro minuto com toda veemência. Conclusão triunfal, destacando a estrutura caótica, a percussão destruidora e os vocais mais uma vez aflitivos.
O CORPUS CHRISTII acrescenta à sua respeitável discografia mais um excelente álbum com “The Bitter End of Old”, trabalho notável e recomendável aos apreciadores de Black Metal na veia MARDUK (SUE), MORTE INCANDESCENTE (POR), AOSOTH (FRA), MAYHEM (NOR), TSJUDER (NOR), ONDSKAPT (SUE) e WATAIN (SUE).
Tracklist abaixo, duração total de 38:29 minutos:
1 – “Amargura”
2 – “The Predominance”
3 – “Unearthly Forgotten Memory”
4 – “Fragmented Chaos Disharmony”
5 – “From Here to Nothing”
6 – “Behind the Shadow”
7 – “To the End, to the Void”
8 – “For I am All”
9 – “Heinous”