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CHAOTIC AFTERMATH FEST – Sinister, Batallion, Atropina, Orthostat e Oath of Persistence – Joinville/SC

Chaotic Aftermath Fest – Joinville
Sinister (Holanda) Battalion (SC) Atropina (RS) Orthostat (SC) Oath Of Persistence (SC)
Data – 05/07/2024
Onde – Amasp – Joinville (SC)

Fotos By – Priscila Ramos & Agenda Metal

Sexta-feira e lá vamos nós para pegarmos dois dias de shows e prestigiar a nossa cena Underground. Amamos fazer parte do submundo. Apesar do frio, tempo nublado e a previsão de chuva, nós preparamos o espírito para ir até Joinville, (SC) na sexta-feira e no sábado até Curitiba, em outro show que prometia! Saímos de Porto Belo sob um céu nublado a previsão era para estarmos chegando em Joinville antes das 18 horas, porém há BR 101, estava muito movimentada e congestionada principalmente no trevo de Itajaí e Blumenau, muita gente saindo das fábricas e do porto de Itajaí. Chegamos na Amasp e já passava das 19h30min e não conseguimos ver o show da banda Battalion, que queríamos muito vê-los.

A banda de speed metal catarinense sofreu uma troca de integrante, pós-pandemia, com a saída do guitarrista Álvaro Santana e desde então vêm tentando adicionar um novo integrante, e já passaram dois baixistas… Porém, depois de dois anos, a dupla e as mentes por trás da banda: Marcelo Fagundes, guitarras e vocal, e Fabiano Blattor, na bateria, voltaram aos palcos e apresentaram o novo baixista Rogério Ceconello. Eu queria muito vê-los. Mas infelizmente não vi o show completo e não cheguei a tempo. Então, não posso me aprofundar muito na performance do trio que espalha a tempestade metálica, porque só peguei as duas últimas músicas do show deles: “Soldier Of Shadows” e “Battalion Of Metal”. O público ainda era tímido pelo show ser cedo e ainda em uma sexta-feira. Quem estava ali, na pista em frente ao palco, estava bem empolgado e curtindo o show. A qualidade de som estava perfeita e muito bem equalizada e ajustada. 

Os gaúchos do Atropina subiram no palco e o culto anti-religioso e a blasfêmia eterna, os açoitadores de cristãos estavam no palco. Os gaúchos mandaram músicas poderosas, um death metal com muitas passagens de black metal muito pesado, furioso e o melhor de tudo: com letras em português. Em estúdio, o trabalho dos gaúchos já é poderoso, mas ao vivo a banda faz uma devastação e aniquila completamente os posers e cristãos enrustidos dentro da cena. Murillo, Vocal, Alex, Guitarra/backing vocal, Mateus, Bateria, Fernando, Guitarra e Cleomar no Baixo, fizeram um show insano e devastador! Iniciaram o show com “Degeneradas Civilizações”, “Prazer Santificado” e “Lágrimas Mortas”. A banda realmente soa poderosa e devastadora ao vivo. Um instrumental coeso e bem executado com guitarras com uma pegada death metal e com passagens mais brutais. E mais blasfêmia e mais um prego é fincado na carne do falso salvador.  

A próxima música é “Prego em Carne Podre”, nome de seu último disco de estúdio, lançado em 2021, que foi muito bem aceito na cena underground. “Mallevs Maleficarvm”, “Anjo Doentio” e “Blasfêmia Eterna”, fecham o show deles! A banda em cima do palco tem uma ótima performance e o vocalista Murilo é muito comunicativo com o público. O cara é um insano com seu vocal cavernoso, batendo cabeça e suas caras e bocas, um completo psicopata.

Orthostat

Cada vez que eu vejo um show dos catarinenses do Orthostat eu fico impactado com tamanha fúria, peso e sua massa sonora consistente e carregada de morbidez, calcado no metal da morte com aquela pegada old school que nos remete aos mestres: Incantation, Autopsy, Immolation, Morbid Angel e Malevolent Creation, mas com muita identidade própria. David Lago, voz e guitarra, Rudolph Hille, guitarra, Eduardo Rochinski, baixo e Igor Thomaz, bateria, fizeram um show devastador e carregado de peso e brutalidade.

O show dos arqueólogos do death metal começou com o instrumental “Heat Death” (introdução) que fecha o último disco de estúdio deles e que leva o nome do disco lançado em 2023, que foi muito bem aceito no submundo por cultuadores do death metal e mídia especializada. E os caras executaram mais três faixas desse disco: “⁠Nothingness”, ⁠”Entropy”⁠”Hydrogen”. Sem palavras, para descrever o quanto foi devastador, sorumbático, arrastado e mórbido esse início de show. Riffs lentos, pesados e os vocais cavernosos de David parecem sair direto do inferno. É incrível como esses garotos estão evoluindo e tecnicamente entregam uma ótima performance. Baixo poderoso, guitarras pesadas e sujas e a bateria de Igor é matadora, com partes rápidas, momentos de cadência e muita técnica. Esse cara, simplesmente, é um monstro atrás de sua bateria.

A próxima música foi escolhida pelos fãs da banda em suas páginas nas redes sociais. Eles exigiram para a banda voltar a tocar ao vivo a faixa: “Quetest” do primeiro disco, “Monolith Of Time” (2019) e a banda aceitou a sugestão de seus seguidores e colocou-a no setlist. David chamou o público para o moshpit e o público respondeu ao seu pedido e a pista virou uma loucura! David também comentou: Esse era o último show da banda em solo catarinense e depois eles vão fazer uma tour pelo Brasil e na volta à banda entra em estúdio para compor e escrever seu novo álbum. Fechando o show com a música: Ambaxtoi, que abre o primeiro álbum deles. Como dizem por aí: Uma banda evoluiu em cima do palco, fazendo shows e caindo na estrada. Os arqueólogos catarinenses são a prova disso: Estão fazendo muitos shows no submundo e mostrando uma banda técnica, entrosada e coesa. Isso é death metal arghhhhh!

Mais uma banda que, apesar de ser nova e vem fazendo um alvoroço na cena extrema catarinense, é o power trio de Porto Belo (SC) Oath Of Persistence, formada por: Christopher Abel, nas guitarras e vocal, Renan Uller, no baixo e o insano baterista Diogo Marostica. Esse cara não tem outra palavra para descrevê-lo: ele é um louco! Um insano com sua bateria ultra rápida, técnica, brutal e muitos blast beats e sua performance contagia. O cara é um polvo!  

Oath of Persistence

Oath of Persistence lançou seu debut-CD, intitulado “Fear of the Unknow“, lançado este ano pela BC Noise Records, e fazem uma porrada visceral, insana e devastadora intercalando o death metal com diversos outros elementos que vão para o brutal death metal e algo de black metal contemporâneo. É uma aula de riffs pesados e técnicos. O baixo destaca seu peso e seus graves com muito bom gosto.

Eles executaram na íntegra o full length que deixou todos os presentes petrificados em frente ao palco, curtindo tamanha fúria e técnica. Saem do palco ovacionados e inclusive, os caras do Sinister assistiram ao show deles e ficaram de cara com a apresentação do power trio do litoral norte catarinense.

Era chegada a hora de ver “no quintal de casa” uma das melhores bandas do death metal mundial. Sinister foi formado em 1988, na cidade de Schiedam, Sul da Holanda, executando um death metal brutal e técnico. Com letras sobre ocultismo, morte e satanismo. A banda tem muitos lançamentos e com certeza três clássicos absolutos na coleção de um verdadeiro cultuador de death metal: “Diabolical Summoning” (1992) “Cross the Styx” (1993), e “Savage or Grace”, de 2006. 

Aad Kloosterwaard, vocal, Walter Tjwa, guitarra, Ghislain van der Stel, guitarra, Bram Willems, baixo e Toep Duin, bateria, nos entregaram um violento e devastador show de death metal! Muitos cultuadores do metal da morte saíram de suas catacumbas e inclusive, vários metalheads da região de Rio Negrinho, (SC) Curitiba, (PR) Florianópolis e outros região de Santa Catarina, apareceram para ver uma aula de metal da morte e principalmente respeito, simpatia e humildade dos holandeses, pela cena brasileira.

Sinister

Os holandeses começaram sua aula de brutalidade com “The Malicious-intro” e a partir daí foi uma devastação sonora com as pedradas: “Transylvania,(City of the Damned)”, “Blood Ecstasy”, “Neurophobic” e “Convulsion of Christ”. Simplesmente, os holandeses são um rolo compressor e a pista virou uma loucura com muitas rodas entre o público. Havia uma sinergia entre os deathmetallers e a banda. Brutalidade pura com guitarras demoníacas e uma bateria rápida e muito blast beats. 

 E a brutalidade não para, a primeira clássica da noite “Sadistic Intent”, do segundo disco “Diabolical Summoing” (1992) fez alegria dos fãs das antigas e que música poderosa: partes rápidas e cadenciadas, guitarras pesadas com bases mortais e os vocais cavernosos invocando todos os demônios do inferno.

Mais uma música resgatando o passado da banda “Epoch of Denial” do clássico absoluto da banda e um dos álbuns mais perfeitos dos anos 90, “Cross The Styx” (1992) Com uma levada de bateria que remete ao velho, Slayer e solos e bases magníficas. O jeito foi bater cabeça feito um louco e a banda é uma máquina de guerra, tamanha fúria no palco.

Sinister

E a aula de violência e insanidade não para e toma pedradas na cabeça: “The Science of Prophecy”, “The Masquerade of an Angel”, “Symphony Nr XII”, “Afterburner” e “Unheavenly Domain”. Sinister é uma avalanche com o seu death metal rápido e bruto. A presença dos integrantes no palco é insana e eles estão muito concentrados em seus instrumentos. “The Carnage Ending” e “Deformation of the Holy Realm” fecham um dos shows mais violentos e insanos que assisti nos últimos anos.

Os holandeses deram uma aula de death metal no palco e outra aula de humildade e respeito fora dele! Assistiram aos shows das bandas brasileiras de abertura e inclusive elogiaram todas elas. Sempre atenciosos com os metalheads presentes, conversaram com todos que procuravam eles para uma foto ou simplesmente conversar e dar os parabéns pelo ótimo show. 

Os caras saíram do palco e ficaram por ali mais de uma hora tomando cerveja e curtindo com o povo. Foi uma noite inesquecível para a cena extrema catarinense. Que a parceria entre  Tumba Productions e Necrovoid Produções continue levantando a bandeira negra do metal que o público compareça para  prestigiar a nossa cena e assim todos nós saímos ganhando!

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