Em mais um resgate do underground brasileiro e mundial, a Cianeto relança o debut álbum dos pernambucanos do CARRASCO. Lançado originalmente em 2011, esse material traz uma banda mandando ver com um thrash/black com pitadas de death metal primitivo em toda as músicas do álbum. O som do CARRASCO nesse álbum é totalmente influenciado pelo velho thrash metal brasileiro, algo entre Sepultura, Nephastus e Dorsal Atlântica, com toques maiores de maldade. A faixa de abertura é totalmente calcada nessa energia. “Armageddon” tem um feeling anos 80 e primitivismo de sobra.
Gostei muito da pegada de “Tormenta”. Riffs sujos e velocidade desenfreada (sem ser brutal) e algo de Kreator, inclusive o refrão lembra “Tormentor”. “Sangre & Obscuridad” trazem tempero latino, mas não imagine nada como salsa (hahahaha). Essa faixa é um proto black/thrash totalmente cavernoso e old school. A veia heavy/speed surge na simples e energética “MMXII”, uma faixa que você simplesmente espera que um vocal a lá Harppia se inicie em português. Ainda que isso não aconteça a música é um volta no tempo, aquele cenário europeu dos primórdios.
Mais uma música é mandada em espanhol e “Salvage Agresión” explode nos auto falantes. Excelente faixa e um cheiro do Metallica fica no ar. A decisão da banda de utilizar o idioma espanhol em todas as faixas é no mínimo curioso, mas muito interessante quando você o resultado final. Agora é IMPOSSÍVEL não bater cabeça e acompanhar (mesmo sem falar porra nenhuma do idioma) a maravilhosa “Heavy Metal del Diablo”. Porra, música simples, riff chiclete e refrão cafona… isso é perfeito. hahahaha. Não preciso nem dizer que essa é a minha música preferida e ficou no repeat por algumas vezes.
As três últimas faixas do álbum foram retiradas de um ensaio e são: “Armageddon”, “Selvagem Agressão” e o cover do Vulcano “Total Destruição”. A gravação é um pouco aguda, mas como não é uma gravação oficial, um grande desconto tem que ser dado. Afinal de contas o heavy metal del diablo não pode ser contido ou desprezado por isso. Puro underground é o que move isso tudo.