CD/EP/LP

CARCASS – Torn Arteries (Adv. 2021)

CARCASS (Reino Unido)
“Torn Arteries” – CD 2021
Nuclear Blast Records – Importado
8/10

DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 17/09/2021

O CARCASS há muito tempo deixou de ser uma banda que necessite de maiores apresentações e há mais tempo ainda deixou de ser uma banda que impressionava por sua brutalidade, escatologia e energia. Com o passar dos anos a sonoridade foi mudando, sendo polida até ao ponto de termos uma banda totalmente diferente da que gravou seus primeiros álbuns. Após anos de inatividade o grupo inglês voltou à ativa e lançou em 2013 o excelente “Surgical Steel”, que embora não fosse um álbum a la Carcass e suas maravilhosas imundícies musicais, era um material com qualidade alta, com velocidade e energia realmente sólidas. Um álbum muito bom.

Passados 8 anos desde o álbum anterior, a banda solta esse novo trabalho intitulado “Torn Arteries”, que traz 10 novas músicas e inúmeros altos e baixos. Não esperar um retorno ao passado é a principal atitude a se abraçar enquanto se ouve esse trabalho, mas ainda assim é visível que o novo álbum carece de pegada. Falta agressão, ou no mínimo, energia. Não é um álbum ruim. Longe disso. “Torn Arteries” é o típico CARCASS pós-imundície e não erra a mão nessa pegada. Mas falta algo no álbum. Ele começa bem com a excelente “Torn Arteries”, uma faixa rápida, pesada, com toques de thrash metal, bons solos e até mesmo algo diferente em termos de melodias de guitarra.

A próxima continua com a qualidade em alta. “Dance of IIXTAB (Psychopomp & Circumstance March No.1 In B)” , que já é mais pesadona e lembra os trabalhos finais do CARCASS antes do fim da banda, após o “Swansong”. “Eleanor Rigor Mortis” é uma baita composição. Muito pesada também, cadenciada e com um riff poderoso. Me surpreendi com “Under the Scalpel Blade” e sua pegada meio Celtic Frost, iniciada depois um início mais rápido. Totalmente “Procreation (Of the Wicked)”. Já “The Devil Rides Out” tem um início matador. É uma música trampadona e com um riff principal realmente bom. Os guitarristas aqui mostram a que vieram, com bons arranjos, duetos, solos (simples, mas efetivos). A parte rápida da música é até original.

O problema é que a partir de “Flesh Ripping Sonic Torment Limited”, o álbum vai oscilando. Perde fôlego já que as partes mais rápidas vão sumindo nas músicas. Essa música mesmo tem um início “modernoso” que lembra o Sepultura e isso é bem esquisito de ouvir no CARCASS. Depois que deixa essa parte moderna de lado, melhora um pouco. A faixa seguinte já havia sido divulgada como single e acaba sendo a melhor música do álbum. “Kelly´s Meat Emporium” tem um perfeito equilíbrio entre velocidade e peso e um trampo de batera fudido.

As faixas que vem na sequência não somam muito ao resultado final e acabam soando bem parecidas, sendo “In God We Trust” a menos monótona. Como disse anteriormente, “Torn Arteries” sofre da falta de energia, é limpo, técnico, complexo até, mas precisava de uma pegada mais forte para trazer equilíbrio. Um álbum ok, mas acaba sendo inferior a lançamento de 2013, pelo menos em termos de energia.

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