DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 30/09/2021
Tudo o que gira em torno do lançamento e divulgação de “Blood Sacrifice” traz uma sensação de boa nostalgia, já que quando pensamos em brutal death metal e Holanda, normalmente as referências sempre são boas. Os membros do BLOODPHEMY também não nos deixam duvidar do que temos em mãos e suas experiências anteriores em grupos como Sinister, Pleuresy e Khaos, atestam com sangue e brutalidade a iminência de algo de efeitos devastadores. Como vários de seus conterrâneos no brutal death metal, a banda não se furta em detonar um som mais frio, sem melodias grandiosas e sem firulas. É tudo seco, direto e brutal, características do estilo. A banda já tem um bom tempo de estrada, tendo sido formada em 2000 e com os álbuns “Section 8” (2002), o EP “Blood Will Tell” (2016), “Bloodline” (2017) e “In Cold Blood” (2019).
Nem tudo é apenas violência musical desenfreada. “Pledge of Allegiance” é um exemplo de uma boa noção de equilíbrio ao unir tudo em uma composição bastante diversificada, incluindo aí bons solos e passagens interessantes entre os momentos diferentes da faixa. As músicas são a trilha sonora para um grande conceito que aborda uma área rural americana, durantes o século 19, onde um padre lidera uma pequena congregação em uma vila. Ele é obcecado com os pecados das pessoas ao redor dele e ele se convence que tem conversas diretas com deus que o fazem ver as atitudes da própria família como pecaminosas. Tendo visões onde o céu é destruído e as forças do mal triunfam, o padre decide então por um fim aos pecados cometidos por sua família, matado a todos, terminando os dias em um hospício cercado apenas por pecadores e completamente louco.
A própria arte da capa (magnífica, por sinal) se conecta a esse conceito e faz o álbum crescer em qualidade. Uma boa história, acompanhada de uma boa música é algo sempre a ser saudado. Os detalhes das faixas fazem muito mais sentido dentro desse contexto quase cinematográfico das letras e você é induzido e imaginar em que momento da história a música se encaixa. “Sin” dá totalmente essa impressão. O andamento mais cadenciado que vai crescendo até partes mais rápidas nos faz imaginar o pecado sendo uma crescente na mente do padre até que o mesmo perde a conexão com a realidade. Uma das faixas que gostei muito é a rápida “Flock of Lambs”. Arranjos incríveis, inclusive do baixo. Possivelmente a melhor faixa de “Blood Sacrifice”.
“Revelation” é outra música que materializa a história. O seu começo é bem esquizofrênico, desesperado. Depois se torna mais cadenciado, criando uma sensação de incômoda aceitação. É um música muito pesada. Há participação especial do ex-Morgoth Marc Grewe nos vocais de “In Cold Blood”. A faixa que fecha o álbum, “Derogated Salvation” é outra que traz peso e um andamento mais contido. O material será lançado no próximo dia 30 de Setembro pela Emazipation Productions.
O tracklist do álbum é:
- Last Cry For Humanity
- House Of Souls
- Pledge Of Allegiance
- Sin
- Flock Of Lambs
- Revelation
- Conviction
- Bloodborne
- In Cold Blood
- Righteous Solitude
- Derogated Salvation