O ANCIENT EMPIRE é uma das minhas bandas preferidas de heavy metal na atualidade. Ao abrir mão das firulas do estilo e abraçar um heavy metal focado no peso e nas guitarras cheias de energia, o grupo americano acerta no alvo e se mantem lançando excelente álbuns já há alguns anos. “Priest of Stygia” é o seu novo trabalho e dá continuidade a essa abordagem pragmática e poderosa do metal pesado. A capa já é um excelente cartão de visitas e sinceramente, voltando à minha época de adolescência, esse disco seria um que eu compraria apenas por causa da capa, guardando a surpresa de uma banda muito boa para quando estivesse em meu quarto. Para quem viveu a época sabe que fazíamos isso e era como uma roleta russa. Hahahahah.
A produção do álbum é primorosa. Extremamente pesado e com todos os instrumentos devidamente mixados. Uma das coisas que realmente gosto no som do ANCIENT EMPIRE é o trabalho feito pelo vocalista Joe Liszt (que aqui também tocou as guitarras e o baixo). Ele não procura o vocal de nomes mais famosos e abraça suas próprias características, construindo uma vocalização muito equilibrada e que eu acho realmente agradável de ouvir, sem os exageros que podem ocorrer em bandas de heavy metal. Em muitos momentos o som do ANCIENT EMPIRE pode soar mais energético e pesado do que melódico e isso é um trunfo para a sua música. Há alguma influência do Iced Earth aqui e ali, mas de forma alguma isso se torna uma característica marcante na música desse trabalho. É apenas uma referência.
Definitivamente o ANCIENT EMPIRE é um nome que vem construindo um nome baseado em pura qualidade e dedicação ao heavy metal tradicional e seus cinco álbuns anteriores foram construindo essa imagem. As músicas que destaco em “Priest of Stygia” são: a faixa de abertura “Immortal”, pesadíssima e cujo instrumental me trouxe à mente algo do Overkill, no álbum “Horrorscope”. Música poderosa e que ao vivo deve soar matadora. “Beyond the North Wind” é aquela faixa para se erguer os punhos e agitar na frente do palco. O início de “Island of the King” pareceu “Nothing to Say”, do Angra, mas mais lenta e pesada. Mas essa conexão ficou nesse início, já que a música tem uma pegada bem NWOBHM.
Outra grande faixa é “Nine Worlds” que soa bem anos 80, como aquelas músicas de trilhas sonoras de filmes. Minha favorita é “Every Man My Enemy”, uma faixa com uma baita energia. Não dá para não falar na qualidade gráfica dessa versão do álbum, com o encarte feito em couchê envernizado, o que realça muito a belíssima arte do álbum. Definitivamente um dos meus lançamentos preferidos do estilo em 2021.