CD/EP/LP

MEGALITH LEVITATION — Void Psalms (2021)

MEGALITH LEVITATION (Rússia)
“Void Psalms” — CD 2021
Aesthetic Death — Importado
9/10

DATA DE LANÇAMENTO/RELEASE DATE: 01/10/2021

Riffs repetitivos e viciosos, muralhas sonoras, psicodelia e o Doom Metal junto ao Stoner sendo elevados a enésimas potências — simplesmente rompendo extremos e concepções. “Void Psalms” é um disco que brinca com clichês, extrapola as fronteiras entre os elementos sonoros que nele habitam e simplesmente debocha do padrão tempo versus dinamismo. Eis nele uma viagem entorpecida de pouco mais de 53 minutos divididos em 4 faixas, onde a menor passa dos 7 minutos e a maior ultrapassa com facilidade os 19. Uma afronta? Um desafio ao ouvinte? Um infindável exercício de paciência? Não, aos familiarizados com Saturnalia Temple, Bell Witch e Sleep, “Void Psalms” é puro néctar, ou melhor, ácido sob a forma de música.

Esse é o segundo lançamento desses russos aficionados por uma jornada lisérgica e sucede o também magistral “Acid Doom Rites” — disco de estreia lançado em 2019.

Os movimentos de guitarra são lentos e ultra pesados, as linhas de baixo são ofensas aos que sofrem de colesterol alto, os vocais são distantes e fantasmagóricos, acentuando ainda mais o caráter viajante das composições. Sustentando toda essa massa sônica, uma bateria que dita com eficiência o ritmo das composições.

Desacelerada como poucas e sem nenhuma vulnerabilidade, “Phantasmagoric Journey” é a encarregada de abrir o horizonte à viagem. Faixa tão viajada quanto desconfortável e que leva tanto o já citado Doom quanto o Stoner aos seus limites. Os riffs e a construção do instrumental como um todo levam o ouvinte do transe à alucinação — como se a cada novo movimento imagens distorcidas fossem surgindo à sua frente. “Datura Revelations/Lysergic Phantoms” e “Temple Of Silence/Pillars Of Creation” são monotonamente deliciosas; lentas como o surgimento do universo, mas brutais em seus avanços e transformações. Os vocais de “SAA” são como mantras do caos.

O “crème de la crème” do disco e que infelizmente coloca fim a essa “psycho trip” se dá em “Last Vision”. Faixa que apresenta as mesmas dinamicas e evoluções que as anteriores, mas ganha das mesmas devido as interessantes e bem encaixadas inserções de saxofone. Aliás, como esse instrumento vem ganhando destaque nas produções das bandas, sejam elas doutrinadas no Heavy Metal ou em suas versões mais extremas. E convenhamos, nada é mais elegante  que um saxofone desfilando sua personalidade em meio a riffs áridos e linhas opulentas de baixo.

Um disco altamente poderoso, coeso em suas turvas representações, mas viscoso e visceral. Aperte o play e o cinto de segurança, pois, a viagem é longa e a experiência também.

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