Lançar um novo álbum duplo não é algo para muitas bandas, mas os veteranos americanos do grande HELSTAR fizeram isso e o resultado final é muito bom, pois aqui não temos apenas uma banda lançando um grande álbum, mas um álbum que tem muita substância e qualidade. O primeiro CD é intitulado “Clad in Black” e traz seis músicas. “Black Wings of Solitude” e “After All (The Dead)” – essa última um cover do Black Sabbath – fazem parte do 7´ep “Black Wings of Solitude” que havia sido lançado como um aperitivo ainda em 2020.
Além dessas duas faixas ainda temos as inéditas “Dark Incarnation (Mother of the Night)” e “Across the Raging Seas”, além dos covers de “Restless and Wild”, do Accept e “Sinner” do Judas Priest. As novas faixas são realmente muito boas. Começando com a arrasa quarteirão “Dark Incarnation (Mother of the Night)”. Essa faixa tem uma energia gigantesca e riffs que beiram o speed metal. A vocalização também é algo a se destacar, assim como o alcance vocal de James Rivera, que em vários momentos lembra os momentos mais agressivos de Rob Halford. Os momentos mais cadenciados tem uma atmosfera envolvente.
A próxima é a lenta e pesadíssima “Black Wings of Solitude” que tem uma pegada que me lembrou um pouco o clima do Iron Maiden na fase com Blaze Bayley. Essa faixa é daquelas que os fãs mais calorosos vão berrar junto com os punhos cerrados. Já “Across the Raging Seas” é uma música que vai mais em um caminho de certa complexidade, principalmente no trabalho das guitarras. Os três covers que vem na sequência são simplesmente aquele tipo de música que TODOS nós somos grande fãs. “Restless and Wild”, que incluiu pequenas doses de trabalho próprio nas guitarras, “After All (The Dead)” do Black Sabbath ficou incrível. Pesadona e totalmente emotiva. É uma composição que realmente realça o monstro que Tommy Iommi é em seu instrumento e qualidade de suas composições. Já “Sinner”, do Judas Priest, é a música que colocaria o público em qualquer show para destruir o lugar. O único ponto negativo foi o vocal. Achei meio esquisito, mas não ao ponto de estragar a experiência de ouvir um grande clássico.
O segundo CD é temático e traz à tona a importância que o personagem Drácula tem para a banda. Todas as faixas abordam o vampiro e vampirismo em geral, algo que já tinha sido alvo da banda em outros tempos, como no álbum “Nosferatu”, de 1989. A primeira faixa é “Awaken Unto Darkness”, uma puta composição de heavy metal. Pesada, densa, com um baita climão, uma interpretação vocal teatral e até mesmo espaço tem para algumas partes mais rápidas, que soam quase thrash metal. Outra faixa que destaco é a energética “To Dust You Will Become”, com a pegada típica do HELSTAR.
“Off with His Head” é porrada na orelha. Música foda. A heavy/thrash “From the Pulpit to Pit” é o que de melhor o metal americano tem. Peso, agressividade, vocais marcantes. A energia aqui é tanta que chega a lembrar o Testament, com incursões ao heavy metal mais tradicional. As guitarras de “To Their Death Beds They Fell” já valem a viagem, seja ela para onde for. Isso é violento sem precisar ser, se é que me entendem…. Gostei muito da pegada de “Black Cathedral” e essa faixa me fez lembrar do trabalho do velho Sanctuary em alguns climas de guitarra. E falando nas guitarras, como esses caras tocam. Com certeza, esse segundo CD intitulado “Vampiro” é uma prova de que o velho HELSTAR não perdeu a mão e a vontade de fazer música pesada para foder completamente o seu crânio. Álbum matador !