SEPTIC FLESH – Communion (Reissue 2021)

O SEPTIC FLESH tinha pego de surpresa nauqles primeiros anos da década de 1990 todos os hellbangers que acompanhavam a cena grega com um álbum de estreia que é simplesmente genial e deixou sua marca de forma inegável na cena extrema da época com uma música que transbordava feeling, musicalidade aprimorada e melodias incríveis.

Com o tempo a banda foi mudando um pouco sua música até que a mudança fez do grupo grego algo que estava bem distante de suas próprias raízes. Quando essas mudanças começam eu abandonei o grupo e deixe de ouvir a sua música, mas nada como a perspectiva do tempo para alterar sua maneira de ouvir música. Com certeza não teria gostado de “Communion” na época em que foi lançado, no já distante 2008. Entre esse trabalho e o último álbum deles que havia realmente gostado (“The Fallen Temple”) havia uma década de música e isso realmente fez com que o SEPTIC FLESH se tornasse um nome distante para mim.

Agora essa incrível versão nacional lançada pela Cold Art Industry, Your Poison Records e Old Metal Rites vem me apresentar a um outro SEPTIC FLESH, mas uma banda que havia evoluido sua música de forma muito especial. Ouvindo o álbum em sua totalidade é evidente que novas influências foram adicionadas e elas estão presentes em quase todo o álbum. O que se evidencia logo de cara é a dramaticidade que se faz presente na música da banda. Ao se iniciar “Lovecraft´s Death” o sentimento é quase o de estar se ouvindo uma trilha sonora de um filme, mas ainda com muito peso e agressividade. Há algo que me lembra os climas criados pelo Cradle of Filth em seus trabalhos, mas apenas como uma referência do tipo de drama musical criado.

“Anubis” traz toda a mágica que a banda sempre teve em sua música. Soa totalmente como o velho SEPTIC FLESH, mas com algo meio industrial. Soa realmente poderoso e para mim soou como uma perfeita mistura do velho e novo som da banda e os vocais mais cantados são incríveis, assim como a atmosfera construída com os vocais guturais. A faixa título é rápida e cinematográfica e tem uma grande energia. Há partes que poderiam fazer parte de um filme sobre o antigo Egito e são carregadas de uma aura épica e de mistério. A próxima é “Babel´s Gate” e foge bastante de qualquer outra sonoridade. É violenta, dramática e quase death metal em seus momentos mais extremos, mas ao meu ver careceu de mais feeling. É uma música ok, mas soa um tanto deslocada no contexto geral.

Outra faixa bastante brutal é “We, the Gods”. Grande música ! Eu poderia apontar “Sunlight/Moonlight” e “Narcissus” são as melhores músicas de “Communion”, pois são totalmente emocionais, épicas e representam de forma perfeita a música do SEPTIC FLESH. “Persepolis” também é uma grande faixa. A versão nacional que chegou às minhas mãos é uma prova do esmero com o que os selos nacionais tem feito seus lançamentos. Com um slipcase preto com letras e desenhos dourados e um pôster, essa versão de “Communion” é belíssima. O encarte é um bálsamo para os velhos ceguetas donos de lupas e muito bonito também. “Communion” foi realmente um álbum muito bom e prova que, ás vezes, não estamos na mesma sintonia de determinados lançamentos e o tempo serve para solucionar esse desequilíbrio.