“Glacial Domination” – CD 2023
Century Media Records – Importado
9/10
Lançado em 19/05/2023
Em 2020, esse quintento americano oriundo de Fort Worth, no Texas, lançou um dos melhores álbuns de death metal daquele ano. Usando e abusando de uma sonoridade pegajosa, pesadíssima e com influências fortíssimas do Bolt Thrower, a banda criou um trabalho que transbordava qualidade em cada nota. Mas essas influências não eram mera cópia. A banda também tinha uma forte personalidade e eu não precisei de mais de alguns minutos ouvindo aquele material para saber que o FROZEN SOUL era uma banda foda em todos os sentidos.
Isso com certeza gerou uma grande expectativa pelo que viria a seguir em termos de um novo álbum de estúdio. Após alguns singles lançados nos últimos dois anos, a banda finalmente lança “Glacial Domination”, um álbum que repete a qualidade absurda do debut e reveste isso com mais maturidade.
A originalidade em sua totalidade não é a palavra de ordem aqui, já que ainda existe muita influência dos britânicos do Bolt Thrower, mas é possível perceber momentos em que o grupo busca caminhos diferentes em suas abordagens musicais. Mas indo além de uma análise puramente técnica da coisa toda, “Glacial Domination” é o passo necessário para a banda ir moldando sua própria personalidade nos próximos álbuns e espero que eles venham com toda força.
Os riffs e bases de guitarra são o grande destaque do FROZEN SOUL. Eles realmente oferecem uma audição poderosa de um death metal que gruda nos seus ouvidos e derrete os seus tímpanos sem piedade. A velocidade não é o elemento mais importante, ainda que ela se faça presente em alguns momentos.
O foco central é o peso, a atmosfera criada pelas guitarras e por um trabalho rítmico que faz do FROZEN SOUL uma banda perfeita para os palcos. Não há dúvida alguma que essas músicas devem soar como um rolo compressor quando executadas ao vivo. Pescoços são partidos !
Em comparação ao debut álbum, existe mais melodia rondando as músicas, mas não ao ponto de descaracterizar a sonoridade da banda. Isso apenas concede mais elementos às composições, o que é positivo. A faixa “Frozen Souls”, por exemplo, em alguns momentos me lembra o Carcass em sua empreitada mais melódica. Mas isso não dura muito e a rifferama retorna com força total.
Há mais velocidade, ainda que contida, na música que abre o álbum “Invisible Tormentor”, uma grande faixa, assim como em “Arsenal of War”, que vem na sequência.
Uma das melhores músicas é “Death and Glory”. É uma composição que te faz querer ter sido o compositor, pois é realmente destruidora. Grandes riffs e bases e um trabalho certeiro dos vocais e bateria. A próxima é “Morbid Effigy”, que traz participação especial de John Gallagher, do Dying Fetus. Apesar de não ser um profundo conhecedor do trabalho do Amon Amarth, a faixa “Glacial Domination” me fez lembrar da pegada desse grupo. Música cadenciada, pesada e com riffs pegajosos.
A música mais Bolt Thrower do álbum é “Best Served Cold”. Tenho certeza que citar essa influência com frequência deve ser irritante para a banda, mas não é possível escapar dessa linha de percepção. A música é incrível.
A arte de “Glacial Domination” é belíssima e é mais uma que fosse dos excessos de vermelho e laranja que a maioria das artes de metal extreme estavam apresentando nos últimos anos. Esse é um álbum que vai se manter no meu playlist por um bom tempo ainda.
Tracklist:
1.Invisible Tormentor
2.Arsenal of War
3.Death and Glory
4.Morbid Effigy
5.Annihilation
6.Glacial Domination
7.Frozen Soul
8.Assimilator
9.Best Served Cold
10.Abominable
11.Atomic Winter
