MOONSPELL (Portugal)
Local – Jokers Pub / Curitiba – Paraná
Data – 08/4/2023
Fotos By – Paty Vanzin
Os lobos lusitanos começaram a visita a alcatéia brasileira pelo Sul do Brasil. Na sexta-feira, iniciaram a “Latin American Fullmoon Tour 2023” por Porto Alegre e no sábado, véspera de páscoa, estiveram na capital paranaense, no centro histórico de Curitiba. E que show ! O show rolou no Jokers Pub, é pequeno o lugar, mas muito bem organizado, banheiros limpos, fácil acesso, staff muito educada e atenciosa, e o melhor de tudo: chopps e cervejas a um preço muito bom e acessível a todos os bolsos.
O show começou cedo. A banda paranaense de death metal Terrorsphere abriu o evento, mas infelizmente eu acabei perdendo. Motivo: encontrei vários amigos. e amigas de Santa Catarina que invadiram a “alcatéia curitibana” . E muitos deles não via há muito tempo. Enfim, perdi o show deles! Entrei na casa e os chilenos da banda “Weight Of Emptiness” estavam começando os trabalhos e fizeram um set curto, mas que agradou muito os presentes. Eu não conhecia a banda e fui no “Google nosso de cada dia” e escutei seus trabalhos. A banda está na ativa desde 2015 e além de uma demo tape, a têm três Full Length lançados. Que são: Anfractuous Moments for Redemption (2017), Conquering the Deep Cycle (2019) e último lançamento Withered Paradogma, de 2023. Eu confesso que em estúdio o som dos caras não me chamou muito atenção. Não, a banda não é ruim, longe disso, só uma questão de gosto mesmo.
Mas ao vivo é muito bom! Os caras executam um Black/doom/death metal com partes progressivas. Algo que transita entre o próprio Moonspell, Opeth e Katatonia. Ou seja, um som voltado mais para o lado europeu e sem influências daquela sujeira, daquela pegada mais agressiva e mais tosca, no bom sentido, da cena sul-americana.
Eles começaram o seu set com a intro: Mütrümtuum (The Caling) e Defrosting. E já de cara animou o público presente e a mim também. Alejandro Ruiz é um vocalista carismático e com um visual meio bárbaro. E segue com as músicas “Chucao, Wolves” e os caras executam seus instrumentos com garra e técnica apurada. Mauricio Basso (D), Juan Acevedo (G), Alejandro Bravo (G) e o baixista Mário Urra é mais parado no palco e concentrado no seu instrumento. Conquistaram novos fãs nesta segunda visita deles ao Brasil. Fechando o set “Weight Of Emptiness e Unbreakable”. As cortinas se fecham para os chilenos e dever cumprido em Curitiba.
Antes de falar do show dos portugueses preciso citar algo inusitado aqui, tratando – se, de uma banda do nível e respeito mundial que o Moonspell têm. Falei com um dos organizadores do evento se ele poderia conseguir o set list dos portugueses para mim. Pois iria cobrir o evento para o site “The Old Coffin Spirit Zine & Portal” e ele disse, beleza. Mas após o show a adrenalina era tanto que esqueci de procurá-lo. Lembrava do início do show. Mas do meio pro fim não lembrava das músicas. Fiz uma busca no Google e não achei. Acabei mandando mensagem pelo Instagram da banda e, duas horas depois, para minha surpresa, recebi uma mensagem da banda, agradecendo todo o apoio; o set list, e um muito obrigado. Relembrando o show de sábado de aleluia eu vi o respeito, a simplicidade dos lobos lusitanos e, por isso, se eles estão onde estão, não é por acaso! Não são e não agem como rock star, como muitos por aí…
Eis que as cortinas se abrem, e um a um dos músicos portugueses vão adentrando o palco, todos muito aplaudidos. Hugo Ribeiro (D), Pedro Paixão (k/G), Ricardo Amorim (G), Aires Pereira (B) e quando Fernando Ribeiro (V) surge em cena, é ovacionado, tamanho respeito, e simplicidade deste gajo.
Ansiedade toma conta de todos! A noite seria eterna e cheia de clássicos. A turnê tem como proposta celebrar as três décadas de carreira do grupo lusitano, por meio dos grandes clássicos que fizeram durante sua carreira pelo submundo. Portanto, teremos canções memoráveis de álbuns magníficos do dark / doom / gotic metal. Como “Wolfheart”, “Irreligious”, “Extinct” , “1755” e tantos outros.
Começando o show com a música que abre o último disco de estúdio “Hermitage” (2021) “The Greater Gods”. O público ficou extasiado com a seqüência de “Extinct” e a clássica “Opium”. A platéia cantou junto como loucos. A próxima “Night Eternal”, “Finisterra”, “In Above Men”, “From Lowering Skies”, Insanos metalheads que show espetacular! A banda agita muito no palco, são carismáticos e Pedro Paixão junto com Fernando são duas figuras muito queridas !
Essa noite no Jokers Pub será eterna para todos os presentes. E para alegria do público era hora de executar “Breathe”, umas das melhores faixas do disco “Extinct”, de 2015 com sua pegada mais gótica. Continuando com “Abysmo”, “Nocturna” e “Scorpions Flowers”.
Eu li uma entrevista do Fernando para um meio de comunicação do Brasil que eles iriam tocar na íntegra o álbum “1755” (2017) e também os clássicos, já que esse trabalho foi bem recebido no país. Mas não tocaram na íntegra! Então era hora de executar as faixas: Em Nome do Medo, In Tremor Dei e Todos os Santos. E realmente todo mundo cantou essas três faixas a plenos pulmões já que as letras são em português. Foi lindo de se ver e escutar. Os lobos portugueses sob feitiço chegam com mais duas clássicas e de um dos discos mais importantes de sua discografia, era hora de executar: Vampiria & Alma Mater do disco Wofheart de 1995. Essas duas faixas foram o ápice e o público foi ao delírio cantando cada parte e literalmente gritando no refrão. A banda criou “um clima” com um jogo de luzes no palco em vermelho e deixou obscuro e sinistro, o que agregou muito o lado mais dark desses clássicos. Quanto a “Alma Mater”, sem palavras para descrever o sentimento de ouvir ao vivo, colado na grade, essa, que é uma das faixas mais lindas do Moonspell! E infelizmente, chegamos ao final do show, e os simpáticos portugueses executaram mais duas faixas para fechar a apresentação deles na capital paranaense. Uma delas seria uma grata surpresa e que agradou todos os presentes. Sim, um tributo ao rock brasileiro e foi a vez de “Lanterna dos Afogados” dos cariocas “Os Paralamas do Sucesso”. Essa cover, no já citado disco “1755”, já é perfeita, ao vivo combinou perfeitamente com a proposta dos portugueses. Ficou mais dark & gótica.
Para encerrar o show, mais um clássico “Full Moon Madness” e todos presentes cantando juntos e com um grande sorriso no rosto. Acredito que todos os presentes saíram do show felizes!
O Moonspell fez o que prometeu: um show fantástico em que executou músicas de todas as suas fases. Só faltaram algumas faixas do EP “Under The Moonspell” sua fase black metal, mas essa é só uma opinião minha; em nada atrapalhou esta noite eterna.
Agradecer o amigo Dudu Lucero e Paty Vanzin pelo convite e carona de Balneário Camboriú até Curitiba e a parceria de sempre! Obrigado, mesmo! Força Sempre !!!
Under The Spell!
