Entrevistas

ASHTORETH – Um obscuro presente para o submundo nacional

A famosa “Ilha da Magia” sempre presenteou o submundo com grandes bandas desde os anos 80 e 90. Bandas como: Necrobutcher, Black Christ, Caibalion, Osculum Obscenum, Khrophus e Antichrist Hooligans enchem de orgulho a cena local. Mas Florianópolis (SC) não vive só de passado. Existem bandas novas surgindo e levando a cena da capital catarinense Brasil afora.Entre elas o Ashtoreth, banda nova, mas formada por “antigos bruxos” da velha Desterro.

Saudações guerreiros da suprema arte negra! Sejam bem-vindos ao The Old Coffin Spirit Zine Portal. Para iniciarmos apresente os bruxos que fazem parte da horda Ashtoreth e quando que ela despertou do seu sono eterno?

Evoé! Saudações Bruxólicas a todos amantes das artes em todas as suas formas! Agradecemos em primeiro lugar o seu convite Walter e o privilégio de estarmos contribuindo com esta poderosa ferramenta do underground local e nacional. Digamos que Ashtoreth tenha despertado de seu longo crepúsculo no outono de 2020 para se manifestar em seus membros nestes tempos tão sombrios…

A banda é nova, mas os músicos já têm uma longa história dentro da cena catarinense. Antes de formar a Ashtoreth, quais outras bandas vocês tocaram?

Na verdade, todos da Ashtoreth pertencem a gerações mais antigas que chamamos de primeira e segunda onda do cenário underground da Grande Florianópolis. Aqui temos presentes membros que foram do pioneiro Necrobutcher e Stomachs dentro da primeira onda (1988-1992) e membros que foram do Caibalion/Osculum Obscenum (1995-1998/1998-2016) e do Darkness (antes de se tornar Khrophus, 1993-1995).

É muito interessante pensar como participantes ativos da cena há longa data tenham se juntado após hiato musical de cada um… principalmente para produzir um trabalho radicalmente diferente de tudo que já fizeram antes. Imaginamos isto como um momentum, no sentido de impulso criativo, ou algo como era a hora de acontecer.

De onde veio a ideia e a necessidade de montar uma banda de Black Metal?

Interessante você falar em black metal, já que bem no início não haviam rótulos definidos para esse gênero e, infelizmente, uma de suas variantes acabou se tornando como uma exclusividade. A ideia original veio através do nosso vocalista Meimendro Negro, de apresentar em forma musical, toda uma história de resgate do folclore e mito da “Ilha da Magia” ou “Ilha das Bruxas” como sempre foi chamada Florianópolis. Inicialmente, a proposta era trazer elementos do velho doom metal, mas com princípios do psicodelismo e experimentalismo. Mas, no final, acabou se tornando muito além do musical, porque quando os demais membros abraçaram a ideia desse projeto, trouxeram toda uma identidade voltada para as raízes de um culto ao Feminino, matriarcado com antigas tradições. Isso enriqueceu o trabalho, onde aproveitamos em produzir nuances além da música, como na arte do booklet, no audiovisual, na performance, etc. Então, poderíamos dizer que Ashtoreth, neste trabalho, se manifesta entre o black doom com elementos étnicos e experimentais.

Vocês primeiro lançaram um single “Lua Errante” (2021) nas plataformas de streaming. Vocês gostaram das respostas para esse primeiro contato com o público e mídias especializadas?

Sim, muito! Na verdade, foram além do esperado. A recepção do single foi bem aguardada pela maioria das pessoas que já estavam sabendo da produção e das prévias de divulgação. Tivemos muitos elogios em todos os aspectos, tanto na questão temática, quanto na levada dessa música que está no álbum e no clip lançado.

Eu, particularmente, gostei muito da faixa “Lua Errante” que traz influências diferentes ao Black Metal de vocês e que dá uma identidade própria ao som, com passagens de Doom Metal, Atmosférico e Pagan Metal. Confere essas influências citadas na pergunta em suas músicas? Quais bandas inspiraram vocês?

Imensamente gratos pela apreciação! “Lua Errante” tem toda uma atmosfera cadenciada para um black doom mais “old school”, mas é difícil distinguir referências musicais nela. É claro que trazemos de cada um de nós, elementos e influências, mas nunca chegamos a discutir sobre quais bandas referenciaríamos – apesar de transparecer, o que é normal. Pelo contrário, primeiro exploramos o conceito, a temática, e a partir dela é que a música e letra foi surgindo aos poucos, se materializando. Então, todo o trabalho de “Bruxólico” tem essa estrutura de composição, de cima para baixo. Em especial, no álbum todo, podemos levantar aqui algumas bandas que, de uma forma ou de outra, estiveram nos inconscientes coletivos como Bathory, Dead Can Dance, Black Sabbath, Cathedral, Saint Vitus, Wardruna, Asaradel, Lullaby e outras. E por que não falar de uma continuidade das nossas, como Osculum Obscenum, Debauchery e Necrobutcher (dentro de suas perspectivas ideológicas)?

Recentemente foi lançado o full length “Bruxólico – Ato 1” (2022) e infelizmente ainda não chegou em minhas mãos. Ouvi o single nas plataformas digitais. Mas já encomendei a minha cópia e só estou esperando chegar. O que você pode nos dizer sobre esse trabalho referente a música, produção e arte da capa?

A produção do álbum foi algo 100% inédito para todos nós. Primeiro porque ninguém havia tocado doom antes (risos), pois todos viemos de bandas extremas; segundo pelo fato de ser em português; terceiro, por não termos ensaiado uma única vez! Todo o processo de composição, gravação e pós-produção foi feita de forma online, à distância. Vamos lembrar que estávamos em plena pandemia, onde os estúdios não permitiam ensaios. Todo o álbum foi feito primeiro via apps como o WhatsApp, onde cada um enviava sua parte, onde juntamos em um outro programa de edição e finalizamos como uma demo, que serviu como referência para a gravação final em estúdio. Devemos salientar a grande ajuda, neste processo, do Marlon Joy do Undercave Studio que compreendeu e assimilou muito bem o conceito do trabalho e sem ele, da forma como saiu, não teria sido possível, tudo à distância. Foi desafiador, mas imensamente prazeroso. Nosso vocalista também é artista visual e nossas artes tem seus trabalhos. A capa, encarte, bem como as demais artes do booklet, são gravuras de Franklin Cascaes, além de fotos de praias consideradas redutos pagãos, como o Pântano do Sul e a Praia das Bruxas, em Itaguaçú. Ainda, tivemos a participação e colaboração de mais duas pessoas, Jeff Neferkturu que nos brindou com uma belíssima contribuição em “Serpente nos Cabelos” com uma cítara e a voz necromântica de Indra Rosa na introdução “Convenção das Bruxas no Pântano do Sul” (que também participou como uma das dançarinas do ventre no clip de “Lua Errante”).

Além da cozinha, trouxemos uma imersão como experiência sonora incorporando elementos do paganismo oriental e étnicos, combinando o doom occult rock mais o experimentalismo atmosférico do dark ambient, além de evocar texturas étnicas e rítmicas, o que trouxe uma ambiência mais soturna do drone. Usamos elementos étnicos como percussão árabe (derbak, snujs, tabel), que deram mais orientalidade ao som, junto com efeitos para caracterizar o estilo mais atmosférico – todos os samples presentes foram produzidos por nós. O processo de produção foi coletivo o tempo todo, o que resultou numa experiência rica para nós.

Como vocês chegaram até os selos “Antichrist Hooligans Distro” & “Despejo Sonoro Records” para o lançamento do Full Lenght “Bruxólico – Ato 1”? E o que vocês esperam do trabalho deles com a banda?

A chegada dos selos foi muito importante por vários motivos. Primeiro, porque eles também fazem parte da história do underground local e nacional, sendo na verdade, amigos muito próximos e ex-parceiros musicais. E em segundo lugar, porque decidimos que tem muito mais a ver trabalhar com selos desta natureza do que procurar a famosa “notoriedade”. Se o trabalho da Ashtoreth é todo conceitual, logo, os selos também deveriam entrar no mesmo perfil. Toda a ideologia do projeto tem a ver com autenticidade e dar mais valor à cultura local, então, nada mais justo do que optar e olhar ao que temos por perto. A parte de divulgação será por conta deles, mas é claro, temos nossos canais de mídia básicos.

A banda não quer divulgar fotos dos integrantes e estão usando pseudônimos e nem no clip aparece imagens dos integrantes. Gostaria que vocês falassem um pouco mais sobre isso.

Sim, verdade. Isso foi um fator discutido entre os membros de incentivar mais o trabalho do que as pessoas, algo que geralmente não ocorre. O mistério faz parte da obra, por isso o uso dos pseudônimos figurativos que representam o conhecimento alquímico de venenos e dão continuidade aos temas. Da mesma forma, não divulgamos fotos nas artes, apesar de, indiretamente, na cena, algumas pessoas reconhecerem quem são. Essa intenção tem como fim o foco na obra e no conteúdo, e não especificamente na banda.

E falando sobre o clip, eu achei muito legal o trabalho de vídeo para “Lua Errante”, e vocês gostaram do resultado final dele e o que ele representa para a banda?

Poderíamos falar por horas sobre esse clip! Ele representa, em essência, essa natureza do Feminino mais selvagem, bruto, misterioso, entorpecente, que não conhecemos por causa dos vínculos sociais, morais e culturais… trata-se de um resgate desse aspecto em que cada mulher pode despertar sua Mulher. Do ponto de vista estético, o audiovisual foi feito dentro de um modelo minimalista, puxando elementos do expressionismo alemão, em poucas cores, ou nenhuma, tal como são belíssimos os trabalhos dos primeiros filmes sobre paganismo e bruxaria, numa mescla de terror cult, algo de noir ou com influência de Ingmar Bergman. A gente gravou tudo em uma das “praias das bruxas” em Florianópolis que já possui esse ar de mistério e, principalmente, foi produzido, roteirizado, dirigido e editado por nós. No decorrer, já temos iniciada a produção de clips para as outras músicas, em breve…

A Ilha da Magia é cheia de histórias e lendas. De onde veio a ideia de lançar uma trilogia e falar sobre as bruxas, lendas e histórias de Florianópolis (SC)? Por que escolheram cantar em português?

“Bruxólico” faz parte, inicialmente, de uma trilogia (três atos), isto é, ele abre como primeiro lançamento. Na verdade, trata-se de uma referência ao conceito da tríplice deusa, sendo “Bruxólico” o aspecto da jovem mulher (por isso, os elementos mais experimentais, psicodélicos e sensoriais); o segundo aborda o aspecto da mãe e guerreira, em algumas tradições chamada de “prostituta sagrada”; e por último, o terceiro que aborda a anciã, a velha bruxa. Entendendo essa concepção ligada ao culto do feminino, muitos elementos são transversais como na ideia de cantar em português, como forma de resgate do regionalismo; a questão das inúmeras histórias das bruxas da Ilha (resgatadas por Franklin Cascaes, aqui homenageado); a influência da poesia simbolista, satânica e erótica de Cruz e Sousa (poeta negro de Florianópolis também saudado em uma música); a influência da bruxaria medieval na tradição oral açoriana; além de trazer à tona, paisagens sobre o culto de antigas divindades mesopotâmicas (como o próprio nome Ashtoreth) e mitos como de Lilith e Eva.

Outra coisa que eu achei legal na lírica de vocês é que também citam o grande escritor Cruz e Sousa (1861). O “Cisne Negro” é um dos percursores do Simbolismo no Brasil. Poucas pessoas sabem que ele é de Desterro, atual Florianópolis. Também citam o historiador, artesão e escritor Franklin Cascaes (1908). Vocês são influenciados pelas escritas desses dois ícones catarinenses, e não têm medo de serem julgados por “serem bairristas”?

Ótima questão a abordar, Walter. Tanto Cruz e Sousa quanto Franklin Cascaes são verdadeiros ícones da arte de Desterro, mas também catarinenses – por exemplo, o Cisne Negro, filho de escravos e abolicionista, morou por um bom tempo em Laguna e em Lages tem o Clube Cruz e Sousa, mas faleceu em Minas Gerais. Já, o mestre ilhéu “Francolino”, também tratou de explorar a cultura açoriana em todo o litoral catarinense. Assim, a gente homenageia esses avatares em sua poética ocultista, rebelde e libertadora. “Bruxólico” trata de nos levar para uma viagem na memória atávica de eras passadas, por essa influência do satanismo poético, o culto ao matriarcado e às tradições antigas, o que torna meio atemporal a nível artístico. Por outro lado, ao saudar a cultura local, estamos prestando homenagem, mas em músicas como “O Menestrel e o Oceano” e “Serpente nos Cabelos”, estamos falando de outros mitos, além do local.

Infelizmente, os blackmetallers brasileiros conhecem mais sobre o folclore norueguês, e não conhecem, ou não valorizam, o próprio folclore de seu país. Vocês estão contando uma história sobre lendas e “causos” de Floripa, mas de uma forma poética e com fortes laços de paganismo e satanismo. Vocês acham que o metalhead que mora em outros estados do Brasil entenderão a história/proposta dessa trilogia?

Quando bandas no cenário escandinavo começaram a pôr elementos regionais em suas músicas e arte, foram muito bem recebidas. Hoje, é muito comum encontrarmos bandas de todo o mundo evocando suas mitologias próprias, frente a uma certa hegemonia ou globalização que tende a ser “universalista”. Infelizmente, às vezes, damos mais valor ao que vem de fora, do que prestar atenção e valorizar o que temos ao nosso lado. Bandas de metal extremo norte-americanas ou europeias quando começaram a abordar tradições antigas da Mesopotâmia, por exemplo, estavam buscando suas referências filosóficas e culturais. Não acreditamos que quem for ouvir, curtir e entender a nossa proposta veja algo como regionalista, mas sim, enriquecer ainda mais os mesmos elementos que outras bandas e artistas trabalham, que muitas vezes, não conheciam. Assim, trazer à tona essas abordagens, na verdade, é mais natural e comum dentro de gêneros como dark ambient, world music, ethnic folk, etc., que por sinal, também são influências para nós.

E vocês já têm data definida de quando sairá os outros dois trabalhos? Continuarão com os mesmos selos que lançaram o “Bruxólico – Ato 1”?

Ainda é muito cedo para projetar algo sobre os dois últimos atos. Estamos com uma divulgação orgânica e cadenciada. Lançamos o clip de “Lua Errante” no Youtube, o mesmo single nas plataformas do Spotify e Deezer e em breve pensamos em disponibilizar o álbum na íntegra. No entanto, já temos ideias para os demais álbuns…

Esse projeto fará alguma cerimônia ao vivo? Existe possibilidade de uma tour programada para esse ano?

Na verdade, a proposta e a sonoridade da Ashtoreth são um pouco diferenciadas, justamente pelos elementos étnicos. Portanto, não sabemos se se encaixa bem em, por exemplo, em um festival de bandas, porque ainda tem a questão da performance. Já chegamos a abrir a possibilidade de apresentação em eventos mistos, como festivais pagãos (aqui existe a “Festa Pagãos no Bosque”) ou em shows com outras bandas e artistas do gênero. Ainda estamos estudando…

Como já comentamos, os músicos envolvidos com a banda já têm história no cenário da Grande Floripa. Como anda a cena na capital catarinense?

De alguma forma ou de outra, sempre estivemos envolvidos em projetos e bandas, até mesmo agora, alguns paralelamente (spoilers, risos). Então, de certa forma, isso acaba também alimentando a cena local, o fato de não estar parado. A Grande Florianópolis sempre teve um problema que é o fluxo e refluxo, não de bandas, mas de espaços abertos e isso ocasiona certa morosidade para fortalecer um foco. Há bandas que gravam e vão tocar em outras cidades. Esse problema não é exclusivo para a música, mas para a cultura em geral, até para negócios… a “Ilha da Magia” parece ter mistérios em seus ciclos de pessoas e projetos. No momento, além de raros espaços para tocar, incrivelmente o que sustenta um vínculo social são as feiras de vinil.

Vocês acompanham a cena catarinense? Quais bandas do Estado têm o apoio de vocês?

Sim, sempre que possível! Temos projetos paralelos também, o que faz circular as pessoas em espaços e grupos diferentes. Temos tido muito contato próximo com bandas do sul como Posthumous e Silent Empire, de Timbó como Ar da Desgraça e Volkmort, entre outras. Mas como estamos inseridos transversalmente em outros gêneros, além do metal, também temos contatos com artistas e grupos de folk e ethnic.

E a nível nacional o que vocês andam escutando? Indicariam alguma banda que chamou a atenção de vocês aos nossos leitores?

Cada um da Ashtoreth tem gostos bastante variados, que podem ir do classic rock e doom rock, ao black metal até música folclórica oriental! Portanto, é um pouco complexo dizer com certeza sem depreciar o que não é citado. Além de clássicos é claro, há interessantes bandas emergentes no cenário nacional como Ad Baculum, Bode Preto, Vazio e Nightfall Doom.

Gostaria de saber o que vocês acham do grande Osculum Obscenum, uma das bandas cult da cena de Florianópolis, muito respeitada dentro do necrounderground e da obra-prima “Body Hurting Art” de 2003?

Somos suspeitos para comentar, já que um dos membros fez parte da banda e outro participou de todo o trajeto desde o Black Christ. Sinceramente, “Body Hurting Art” entraria fácil numa tríade de obras cult do black metal, incluindo “I.N.R.I.” do Sarcófago e “Wicca” do Mystifier. Mas são opiniões e gostos. Além disso, a banda resgatou características da raiz conceitual do underground, como algo mais “fechado” e restrito ao público, tal como mais de uma década atrás, o próprio Necrobutcher já fazia, promovendo uma aura mais cult.

Recentemente fiquei sabendo que estão filmando um documentário sobre a cena extrema da ilha. Vocês sabem algo deste trabalho?

Sim, inclusive você está falando com um deles (risos). O projeto “Grito das Bruxas” é um documentário que visa resgatar a memória histórica da música extrema na Grande Florianópolis, desde seus primórdios nos anos 80 até a contemporaneidade. Como é um projeto 100% independente (sem patrocínio), tivemos muitas dificuldades (ainda temos) em produzi-lo, mas o resultado final será compensador. É praticamente uma homenagem à nossa cena que revelou bandas, obras, casas de shows, festivais, enfim.. memórias de quem vivenciou a cena há mais de 30 anos, para que novas gerações conheçam um pouco da história e possa servir de incentivo na posteridade. Além do documentário, que já está na parte final de edição (pode-se ver alguns trailers no Youtube), também estão na pauta um livro, site e podcast, tudo com o mesmo nome e temática.

Nós agradecemos a participação de vocês aqui no portal The Old Coffin Spirit. Considerações finais. Lancem os feitiços finais aos nossos leitores. Obrigado!

Walter, novamente, agradecendo muito seu convite. Apenas ressaltar que a Ashtoreth surgiu como um projeto artístico dentro de uma trilogia baseada na ideia do sagrado feminino, e que consideramos o momento atual como um marco histórico, entre a transição e passagem de uma era mais conservadora para outra mais libertária, em valores, perspectivas sobre o ser humano e sua natureza ao redor. O paganismo está presente em nossas vidas, portanto, não se trata de somente um trabalho literal, mas profundamente real e transformador. Convidamos a quem desejar apreciar uma verdadeira cerimônia de culto pagão às raízes bruxólicas que povoam o imaginário popular de Nossa Senhora do Desterro (Florianópolis) homenageando Franklin Cascaes e Cruz e Sousa. “Sob os mistérios da Lua Errante”, boa viagem.

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