Death/Doom Metal fúnebre, grotesco e maligno. Com guitarras consistentes e bem estruturadas — nos riffs, melodias e solos. Variações rítmicas inteligentes, quase progressivas — bateria indo além do básico e baixo pulsando forte. Os vocais emulam zonas abissais, semelhantes a muitos outros, porém, mais assustadores e intensos. Primal e clássico ao mesmo tempo, monstruoso e imponente, moderno até certo extremo, mas tradicional na outro. Esse é o VOID WITCH.
A banda vem diretamente de Austin, Texas, formada em 2021 (nos cumes da pandemia), por ex-membros de atos como Azoth, Shitstorm e Drainbow. O alinhamento é: Jason “Vibesman”; Nic “Voidsman”; Luke “The Throat And Fundament” e Adrian “Drumwitch”. Ainda em 2021 o quarteto lançou sua demo de estreia, digital e com duas excelentes composições.
Seu primeiro EP oficial, homônimo, se concretiza pela italiana Everlasting Spew Records, a responsável por preciosidades como o Burial, Assumption, Void Rot, Convocation, Father Befouled e o nosso poderoso Fossilization. O trabalho será disponibilizado em formato físico (CD e Cassete) e nas plataformas digitais (Spotify, Bandcamp e afins), ou seja, sem desculpas para não se ouvir e/ou mesmo, adquirir.
“My Coffin Overfloweth” conjura uma estrutura mezzo simples com arranjos interessantes e ambientações punitivas. Os aspectos taciturnos do Doom Metal aliados aos avanços rústicos do Death Metal em médio tempo. Fantasmagórica em sua idealização e épica em sua execução. Interessante como a banda explora a velocidade de modo a criar terreno para os solos e depois a recolhe para dar campo às melodias. “Asphyxiation Ritual” é mais ignorante e concisa (na concepção dos mesmos sobre tais palavras), contudo, sem abolir os progressos melódicos e nem as passagens mais esmeradas. “Boudoir Bloodfeast” encerra o EP com chave de ouro. Se as faixas anteriores eram absurdamente boas, nela, temos a mãe de todos os absurdos. Brutalidade lenta (nem sempre), riffs letais e solos perfeitos! Emanações subterrâneas, caos sonoro à moda antiga e uma densa e perturbadora névoa maligna. Exageros a parte (meus, é claro), mas essa faixa vale mais que discos inteiros de algumas bandas atuais. (Risos).
Uma estreia assustadoramente perfeita! Death/Doom Metal como se manda regra. Sólido, implacável e carregado de uma atmosfera implacável. Altamente indicada aos fiéis de cultos como: Hooded Menace, Temple Of Void, Coffins, Druid Lord e similares. Três composições singulares encapsuladas em pouco mais de 21 minutos, tempo curto, mas recompensador. Que venha logo um álbum completo, a fórmula a banda já conhece. Alquimia profana que une o melhor dos mundos sonoros — as serenatas da morte e o peso monolítico do Doom. Sem mais. Sepulcral, aterrador e necessário!
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